24/05/2008

Labace 2008


Descentralização do desenvolvimento econômico favorece crescimento
da aviação executiva

Frota de 1.500 aeronaves (aviões e helicópteros) executivas do País deve crescer nos próximos anos, afirma ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral)

Em agosto, entidade realiza em São Paulo principal evento do setor da América Latina

O crescimento continuado do País; a conquista do grau de investimento; o real valorizado, que permite a importação de aeronaves a preços competitivos; o barateamento dos equipamentos de aviação e, principalmente, o surgimento de novos pólos econômicos – principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, estão impulsionando o mercado de aviação empresarial. Essa tendência deverá transformar na maior de todas, a quinta edição da Labace – Latin America Business Aviation Conference & Exhibition (http://www.labace.com.br/), evento voltado ao setor, que acontece de 14 a 16 de agosto, no Aeroporto de Congonhas-São Paulo.
“A Labace é há anos a principal feira da aviação empresarial na América Latina. Porém, este ano, como reflexo dos resultados positivos da economia e do continuado processo de descentralização do desenvolvimento econômico, devemos ter um número recorde de negócios realizados”, revela Rui Thomaz de Aquino, presidente da ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral), entidade organizadora do evento. Aquino acredita que a frota de aeronaves (aviões e helicópteros) executivas deve manter o crescimento anual na casa de dois dígitos percentuais. Ano passado, a Labace alcançou US$ 200 milhões em negócios, o maior valor já atingido em todas as suas edições. A expectativa é de que mais de seis mil pessoas visitem a feira, que deverá ter cerca de 80 empresas expositoras, de 18 países.
A Labace já tem como expositores confirmados as empresas Embraer (aviões - Brasil), Helibrás (helicópteros – Brasil), Cirrus, Cessna, Gulfstream (todas fabricantes de aviões - EUA), Bombardier (fabricante de aviões, dentre eles o Learjet – Canadá e EUA), Dassault (aviões – França), Bell Helicopter (helicópteros – EUA), Agusta (helicópteros – Itália), dentre outros fabricantes. Participam também do evento empresas fornecedoras e prestadoras de serviço na área. Haverá uma novidade este ano. Face ao número maior de aeronaves expostas (40), haverá uma área exclusiva dedicada aos helicópteros, que têm no Brasil um mercado bastante promissor. Durante o evento, também serão realizadas palestras sobre diversos temas técnicos ligados à atividade aérea, além de cursos de treinamento.
A Labace é voltada a empresários, executivos de grandes empresas, companhias de táxi aéreo, pilotos, técnicos, indústria aeronáutica e prestadores de serviço na área.

Mercado de aviação executiva

O mercado de aviação executiva tem como clientes diversos setores econômicos, como mineração, construção pesada, financeiro, alta tecnologia e entretenimento. “Cada segmento desses apresenta um motivo específico para ter uma aeronave como ativo da empresa. A área de mineração e a indústria de construção pesada de hidrelétricas, por exemplo, atuam, em geral, em regiões remotas, onde só uma aeronave própria pode permitir acesso”, explica Rui Aquino.
No mercado financeiro, o executivo explica que a necessidade de deslocamento permanente, devido à capilaridade das instituições financeiras, exige um meio mais rápido e ágil de deslocamento, como uma aeronave própria. “O segmento de alta tecnologia é outro que tem usado bastante a aviação executiva. As empresas dessas áreas possuem técnicos altamente especializados e muitas vezes somente eles são capazes de solucionar problemas. Assim, tais profissionais passam a ser requisitados por empresas em todo o País, de maneira urgente, que só podem ser atendidas utilizando a aviação executiva”, oferece outro exemplo Aquino.
No que se refere à indústria do entretenimento, o executivo esclarece primeiro que é preciso ver o artista como uma pessoa jurídica. “Cada artista funciona como uma empresa. Ele é a própria empresa. Há diversas pessoas trabalhando com ele. O seu deslocamento para realização de diversos shows, por exemplo, em um único mês, depende essencialmente da aviação executiva. Sem ela, com certeza, não seria possível isso”, explica.
A expansão da aviação executiva e seu uso cada vez maior por empresas refletem também a pouca abrangência do transporte aéreo regular no País. “Dos 5.563 municípios brasileiros, apenas 140 são atendidos com vôos comerciais regulares. Porém, dentre todos os municípios do País, 50% possuem algum tipo de pista de pouso. Isso favorece muito a aviação executiva”, expõe Rui Aquino. Nos Estados Unidos, cerca de 500 municípios são atendidos pela aviação comercial. Porém, o executivo acrescenta que, independentemente das condições de ofertas de vôo comercial, a aviação executiva é sempre um complemento do transporte aéreo regular. “Dizemos que a aviação executiva é uma das poucas formas de comprar o tempo, já que permite ao usuário voar em horários mais convenientes, sem depender de vôos com escalas ou conexões, e sem ter que se vincular obrigatoriamente aos horários, muitas vezes escassos, do transporte aéreo comercial”, complementa.
No mundo, são vendidas cinco mil aeronaves executivas por ano. No Brasil, existem no total 1.500: 350 jatos, 650 turboélices e 500 helicópteros a turbina. Na América Latina, o Brasil e o México são os maiores mercados da aviação executiva, seguidos da Venezuela Argentina, Colômbia e Chile. Um jato executivo para três pessoas, um dos mais baratos da aviação executiva, capaz de percorrer dois mil quilômetros, custa em média US$ 1,5 milhão. Entretanto, um jato para 19 pessoas, capaz de percorrer 15 mil quilômetros sem parar (algo como uma viagem de São Paulo a Moscou), custa cerca de US$ 60 milhões.

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